Voltar ao site

Manifesto Feminista Internacional contra a Guerra

25 de março de 2022

O documento, que publicamos na íntegra abaixo, rejeita a espiral belicista e as lógicas militaristas, defende a Paz e o cancelamento da dívida externa da Ucrânia.O manifesto intitulado “Resistência Feminista Contra a Guerra” está a recolher assinaturas e já conta com centenas de assinaturas de mulheres, entre as quais Nancy Fraser, Cinzia Arruza, Alda Sousa, antiga eurodeputada do Bloco, Teresa Rodríguez, deputada de Adelante Andalucía e militante de Anticapitalistas, Özlem Demirel, eurodeputada do Die Linke, Sara Farris, professora na universidade Goldsmiths de Londres, Susan Ferguson, professora emérita da Wilfrid Laurier University de Ontario.

Equerda.net, 18 de março de 2022 Resistência Feminista Contra a Guerra (texto na íntegra) O manifesto está publicado e pode ser subscrito em https://feministsagainstwar.org ou https://feministsagainstwar.org/es/manifiesto/

Condenamos veementemente a invasão militar liderada pelo regime de Putin na Ucrânia, que já deixou milhares de pessoas mortas e centenas de milhares de pessoas deslocadas, e que está a agravar o confronto entre os blocos imperialistas a nível global.Rejeitamos as posições emitidas nestes dias que aprofundam a espiral belicista. Rejeitamos as decisões que passam por somar mais armas ao conflito e aumentar os orçamentos de guerra. Rejeitamos as narrativas securitárias que reforçam as lógicas autoritárias e de militarização. Em Nosso Nome Não. Devemos recordar que a NATO é corresponsável pela situação criada pelo seu expansionismo global e com a sua narrativa de segurança militarista. As armas perpetuam a guerra, perpetuam a barbárie e perpetuam o sofrimento. Não há maior segurança do que a paz. Com este manifesto respondemos ao apelo lançado por grupos feministas russos e juntamo-nos à Resistência Feminista contra a Guerra! Retomamos assim o fio da história feminista que participou nas lutas contra as guerras reacionárias, desde o movimento liderado por Rosa Luxemburgo em 1914, o acampamento Greenham Common contra as armas nucleares nos anos 80, ou o movimento Women in Black contra a guerra, para citar alguns deles. Estamos com o povo da Ucrânia que quer recuperar a paz nas suas vidas e exige um cessar-fogo. Estamos com a cidadania russa mobilizada, que, apesar da repressão e das ameaças do regime autoritário e repressivo de Putin, exigem o fim da invasão militar. É por isso que dizemos Resistência Feminista Contra a Guerra. Por detrás do NÃO à Guerra não há nenhuma posição ingénua. O único caminho real para a paz é a desescalada da guerra. Exigimos um redirecionamento ousado desta situação para romper com a espiral militarista iniciada pela Rússia e apoiada pela NATO. Exigimos o cancelamento imediato da dívida externa da Ucrânia que ascende a 125 mil milhões de dólares como medida concreta de apoio ao povo ucraniano e denunciamos as reformas e condicionalidades impostas pelo FMI nos últimos anos. A aprendizagem das dolorosas experiências de guerra e conflito na Europa do século passado deve marcar o nosso compromisso e ação. A guerra é inconciliável com os valores e objetivos essenciais do movimento feminista. Pela paz, pela convivência dos povos e pela solução democrática dos conflitos. Somos muitas e muitos que dizemos Não à Guerra, ao Imperialismo, ao Patriarcado, ao Autoritarismo e ao Militarismo. Somos o Futuro que Prevalecerá