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"Os dias de impunidade da Amazon acabaram"

9 de dezembro de 2020

Jeremy Corbyn, Mélenchon, Rashida Tlaib, Varoufakis e Marisa Matias são alguns dos 401 parlamentares de 34 países subscritores desta carta aberta a Jeff Bezos. Exigem respeito pelos direitos laborais, práticas tributárias mais justas e um compromisso com padrões ambientais mais elevados.

Esquerda.net, 4 de dezembro de 2020

Os "dias de impunidade do gigante do comércio eletrónico acabaram", frisam os parlamentares, entre os quais os deputados bloquistas Pedro Filipe Soares, Maria Manuel Rola e Sandra Cunha e os eurodeputados Marisa Matias e José Gusmão.

“O mundo sabe que a Amazon pode pagar aos seus trabalhadores, o seu custo ambiental e os seus impostos. E ainda assim - uma e outra vez - esquivou-se e cancelou as suas dívidas com os trabalhadores, as sociedades e o planeta”, lê-se ainda na missiva(link is external), à qual se juntam quatrocentos e um políticos de esquerda de 34 países da Europa, América do Sul, América do Norte e Ásia.


A carta, compilada pelo Progressive International e UNI Global Union, conta com as assinaturas das congressistas norte-americanas Ilhan Omar e Rashida Tlaib, do ex-líder do Partido Trabalhista do Reino Unido Jeremy Corbyn, do porta-voz do Partido Democrático Popular da Turquia Ebru Günay, do líder do movimento França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, do ex-ministro das finanças grego Yanis Varoufakis e da vice-presidente do Parlamento Europeu, a eurodeputada finlandesa Heidi Hautala.

Desta forma, os parlamentares dão o seu apoio à campanha "Make Amazon Pay", comprometendo-se a apoiar o movimento nas suas instituições políticas nacionais.


A Amazon tem vindo a lucrar bastante com a pandemia. No terceiro trimestre, a empresa relatou um aumento de 37% na receita em comparação com o ano passado, totalizando 96,1 mil milhões de dólares.


"Enquanto a sua riqueza pessoal aumentou cerca de 13 milhões de dólares por hora em 2020, os trabalhadores têm condições de trabalho perigosas, desfrutam de pouco ou nenhum aumento salarial e enfrentam retaliações por tentarem defender-se e organizar os seus colegas", apontam os parlamentares.


Na carta é ainda assinalado que a pegada de carbono da Amazon é maior do que a de dois terços dos países do mundo. Os parlamentares denunciam que os planos da empresa de reduzir as emissões de carbono são "insuficientes" e "difíceis de confiar, dado o histórico de promessas quebradas da Amazon no que respeita à sustentabilidade". A empresa é também acusada de evasão fiscal.

Um porta-voz da Amazon, citado pelo Politico(link is external), desmentiu todas as acusações, afirmando que "as questões levantadas nesta carta resultam de uma série de afirmações enganosas de grupos mal informados ou interessados ​​que parecem estar a usar o perfil da Amazon para promover as suas causas individuais".

"A Amazon tem um forte histórico de apoio aos nossos funcionários, clientes e comunidades, incluindo a garantia de condições de trabalho seguras, salários competitivos e grandes benefícios, liderando as mudanças climáticas com o compromisso do Climate Pledge de ser carbono zero líquido até 2040 e pagar milhares de milhões de euros em impostos em todo o mundo”, alegou.