Sobre a Insurgência
A Insurgência é uma corrente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), nascida em meados do turbulento 2013, como resultado da fusão de vários agrupamentos, além de muitos militantes independentes do partido. Não é casual que essa unidade – na contramão da fragmentação profunda que predomina(va) na esquerda socialista – tenha se dado em torno daquele junho.
Desde então, é parte da IV Internacional, cuja seção brasileira é hoje constituída também por outras organizações irmãs que foram criadas ou se aproximaram em anos recentes, ampliando a força e diversidade do internacionalismo dos de baixo em nosso país.
O PSOL havia sido legalizado oito anos antes, em 2005. As organizações que deram origem à Insurgência já militavam no PSOL desde seus primeiros tempos, sempre na luta por reafirmá-lo como referência e principal espaço de construção de uma alternativa de esquerda de massas, socialista, democrática e combativa para o Brasil. Em palavras simples, já tinham nítido o esgotamento do projeto petista de conciliação de classes, ou seja, que o PT já não era caminho nem programático nem organizativo para a transformação radical que o país necessita. E viam, como a Insurgência vê, no PSOL, a principal referência no Brasil do profundo e global processo de reorganização política dos socialistas.
Fique por dentro
Inscreva-se abaixo para manter-se atualizado sobre nossa organização!
2013: abre-se o espaço para uma alternativa ecossocialista
Em junho de 2013, o povo encheu as ruas aos milhões, fez dela a “parte principal da cidade” e da disputa política e, ainda que disputada por setores da direita que já crescia, com sua extensão e radicalidade, testou e aprovou a possibilidade de nossa unificação, no calor da luta, em torno de sólidas hipóteses: ingressavam então, na ação política, novas gerações, sem referência no petismo, nem nas velhas escolas stalinistas do “socialismo real”, que não chegaram a ter no PT uma referência de esquerda mas um mediador do status quo, tampouco viam no velho stalinismo qualquer perspectiva de dar respostas para o mundo novo.
Abriam-se tempos, no Brasil e no mundo, de combate aberto por uma alternativa socialista que incorpore em sua visão o colapso ambiental e a ele dê resposta; que compreenda o papel de protagonistas, em interseção com as classes trabalhadoras, dos movimentos de juventude, de mulheres, de negras e negros e de comunidades LGBTQI+. E que retome uma tradição internacionalista de solidariedade, reflexão e ações comuns entre revolucionários dos quatro continentes, atualizando o legado da IV Internacional, proclamando que a superação do capitalismo só pode ocorrer como um esforço global de todos os povos, à luz da experiência histórica das revoluções que terminaram em tragédias nacionais.
Enfim, uma alternativa oxigenada, sem certezas absolutas, que se esforce na busca de sínteses entre várias tradições, com o projeto estratégico de construir uma esquerda de massas combativa, capaz de retomar o papel de principal pólo de oposição no país. Uma alternativa ousada na aposta por um socialismo reconfigurado para o século XXI e os futuros. Socialismo que será ecológico ou não será (porque não haverá planeta no qual construí-lo), razão pela qual somos ecossocialistas. Socialismo que será feminista, antirracista, negro, índio, sexualmente plural e aberto às novas aventuras do desejo humano, ou não será.
Cremos que a crise atual do capitalismo neoliberal, desencadeada/agudizada pela pandemia do novo coronavírus, só reafirma a necessidade desse combate.